
Formigas versus tamanduá: o setor elétrico preso ao passado
Fonte: https://canalsolar.com.br/formigas-versus-tamandua-setor-eletrico-passado/
Tudo não teremos. Mas muito já poderíamos ter, não fosse a miopia política que insiste em tratar o setor elétrico como se ainda estivéssemos nos anos 70. Subsídios, tão demonizados no discurso fácil, tiveram papel estratégico.
O Proinfa ajudou a diversificar a matriz; o Proálcool ergueu uma das indústrias de etanol mais robustas do mundo. A geração distribuída também teve seu momento de incentivo — e esse ciclo já virou a página: hoje o pequeno consumidor paga pelo uso da rede, o benefício foi graduado e “taxado” ao longo da transição regulatória e o pequeno já contribui com a parte que lhe cabe.
O problema não está nos incentivos em si, mas nas travas estruturais que estrangulam a economia e impedem o setor de avançar: consumo que cresce devagar, custo de capital sufocante e, acima de tudo, um modelo centralizado e ultrapassado de planejamento que não conversa com a transição energética.
Aqui está o ponto central:
Quem é o grande? São os grandes grupos do velho setor elétrico, donos de ativos concentrados, influência econômica e política, e benefícios diretos que seguem vigentes.
Quem é o pequeno? É o consumidor comum, o comércio de bairro, a agricultura familiar, as pequenas instaladoras — gente que adotou a energia solar no telhado como única alternativa para reduzir a conta de luz e que já paga o custo da rede.
Enquanto o pequeno cumpre novas regras e paga sua parte, os privilégios dos grandes permanecem. São subsídios e vantagens diretas que poucos estão dispostos a abrir mão.
No jogo da narrativa, esses mesmos grupos tentam convencer que o encarecimento da luz vem do telhado do consumidor — e que o pequeno é o vilão. Para isso, investem em campanhas publicitárias de tom simplista, algumas reunidas sob o rótulo de “Movimento Energia Justa”.
Mas basta visitar os sites e ver quem compõe esse movimento para perceber: são, em grande parte, os mesmos atores favorecidos pelo velho modelo, que raramente estiveram na linha de frente quando o assunto era reduzir de fato a conta de luz do pequeno.
E o pequeno fez o que lhe restou: gerou energia onde dá — no telhado de casa, do comércio, da escola, do sítio. Modernizou-se, com tecnologia limpa e acessível. E, quando as “formiguinhas” começaram a dar certo, vieram as investidas do “tamanduá” — lento, mas com garras afiadas pelo poder econômico e regulatório.
A disputa parece desigual: um tamanduá de um lado, milhões de formigas do outro. Só que essas formigas estão espalhadas por mais de 5 mil municípios e, quando se organizam, sufocam as narinas e desgastam as unhas de um tamanduá mimado por velhos privilégios.
Também é importante entender o que está mudando. O setor elétrico do “ontem” era centralizado: poucos grandes geradores, linhas longas de transmissão e consumidores passivos, que apenas pagavam a conta.
O setor do “hoje” já pede descentralização: muitos pequenos produtores, redes inteligentes, armazenamento de energia, sistemas híbridos, mobilidade elétrica e usinas virtuais (VPPs) que integram tudo isso e equilibram a rede em tempo real. Nesse novo desenho, o consumidor deixa de ser espectador e vira protagonista — gera, armazena, gerencia e participa.
Essa mudança não é apenas tecnológica ou de mercado; ela tem fundamento constitucional. O artigo 170 da Constituição Federal, em sua redação atualizada pela Emenda Constitucional nº 42/2003, estabelece a defesa do meio ambiente como princípio da ordem econômica, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços.
Ou seja, há base jurídica clara para que atividades de menor impacto, como a energia solar e outras renováveis, recebam tratamento compatível com sua relevância ambiental e social.
Dá para conviver? Dá, e deve. Grandes usinas continuarão estratégicas. Pequenos geradores são a ponte entre inovação e alívio imediato na conta. O que não dá é empurrar novas cobranças para as costas do pequeno só para manter de pé os subsídios diretos que sustentam privilégios de velhos oligopólios.
Tampouco dá para aceitar campanhas que se travestem de “defesa do consumidor” enquanto apontam a geração solar distribuída como culpada de todos os problemas de um setor que carrega décadas de atraso e falta de planejamento. Num cenário onde somente a energia solar nos telhados tem sido o único alento concreto para milhões.
Em um mercado que cresce, há espaço para todos: o jogo é limpo e cada agente ocupa sua fatia. Quando o bolo não cresce, vira “rouba-monte” — uma disputa predatória pelo que sobra. É nessa estagnação que velhos privilégios se defendem com unhas e dentes, enquanto o pequeno segue pagando uma das contas de luz mais pesadas do planeta.
O Brasil tem uma matriz majoritariamente renovável e capacidade tecnológica para liderar a nova fase. Não precisamos importar soluções: precisamos de planejamento, regras claras, transparência e igualdade de condições.
Sim, a convivência é possível — desde que não se castigue o pequeno e não se alimente a ilusão de que ele é o culpado do que o velho modelo deixou de fazer.
A provocação é direta: até quando manteremos um setor elétrico amarrado ao passado, avesso à inovação e refratário à participação ativa da sociedade? Até quando aceitaremos improvisos no lugar de planejamento de longo prazo?
O Brasil já mostrou que sabe ousar — basta lembrar o Proálcool e o Proinfa. Está na hora de ousar de novo: com um jogo transparente e moderno, sem privilégios ocultos e com respeito ao consumidor que decidiu participar da solução. Porque, convenhamos, boa sorte já não basta.

O Brasil tem sol demais ou visão de menos?
Por Daniel Lima – ECOnomista
A geração distribuída (GD) tem sido injustamente apontada como vilã do “excesso de energia” no Brasil. Mas sejamos claros: não é a GD que ameaça o sistema elétrico — é a falta de infraestrutura e de políticas públicas para absorver e armazenar essa energia limpa e abundante.
Enquanto milhões de brasileiros investem em energia solar para reduzir custos e contribuir com a sustentabilidade, o sistema elétrico ainda opera com lógica centralizada, redes obsoletas e zero incentivo ao armazenamento de energia.
Sem baterias, sem redes inteligentes, sem visão sistêmica — o sol brilha, mas a energia se perde. Excesso de energia? Na verdade, o sistema é que não sabe o que fazer com ela.
Culpar a GD é como culpar o agricultor pela abundância da colheita. O problema não está na produção, mas na infraestrutura de escoamento, armazenamento e aproveitamento.
A geração distribuída incomoda porque funciona. Se queremos um Brasil mais limpo, justo e resiliente, precisamos:
- Incentivar o armazenamento descentralizado
- Modernizar a infraestrutura elétrica
- Integrar GD com mobilidade elétrica e eficiência energética
- Valorizar o papel do consumidor-gerador
Países como Austrália, Alemanha e EUA já investem pesado em baterias residenciais, usinas de armazenamento e integração com veículos elétricos. No Brasil, esse debate ainda engatinha — e a GD acaba sendo responsabilizada por um desequilíbrio que poderia ser resolvido com planejamento e inovação.
A geração distribuída é parte da solução — e não do problema. O que está ocorrendo é apagão da inteligência energética no Brasil. Temos energia limpa em abundância e escassez de infraestrutura. O Brasil está pronto para gerar — mas não para aproveitar, falta coragem para atualizar o sistema e visão para aproveitar o sol que brilha para todos.
Hoje, o Brasil ultrapassa 3,8 milhões de sistemas instalados, com mais de 43 GW de potência em GD — um marco econômico com mais de R$ 172 bilhões de investimentos e mais de 1,3 milhões de empregos por todo o país.
Será que o governo vai permitir que cerca de 7 milhões de famílias brasileiras tenham o direito de gerar sua própria energia cerceado?
Será que o governo vai se opor ao direito de cada cidadão de zelar pela qualidade de vida de sua família, reduzindo seus custos com energia?
Será que o governo vai contra a descentralização da matriz energética e a redução da dependência de fontes fósseis?
Acredito que não. E sigo acreditando no poder da democratização energética em curso em nosso Brasil.
Mais um detalhe, GD não é coisa de rico, a imagem abaixo desenha a verdade.
Maravilhosa se não diria, perfeita, a colocação Daniel !!! .Raciocinio e venho expondo da mesma forma sobre esta questão. Aos que interessam, se não podem faze-lo, ou por incompetência e ou por "certos interesses escusos", alheios aos realmente importantes a nós consumidores e, principalmente do Pais, é simples colocar a culpa e jogar a responsabilidade em outros desviando-se realmente do que é o fato real!! Só faltaria dizer que a culpa é porque tem muito sol!!! Absurdo do absurdo!!!Nosso total apoio é repúdio a essa sistêmica insistência em por a culpa no lugar errado. Já digo a muito que um dos nossos principais problemas, como pais, como nação e ate como indivíduos é sempre focar nos efeitos e não nas causas!!

Por Daniel Lima – ECOnomista
Nos últimos meses, tem ganhado força uma narrativa que culpa a geração distribuída (GD) pelos cortes de energia que afetam grandes usinas fotovoltaicas e eólicas no Nordeste brasileiro. A alegação é de que haveria um “excesso” de GD na região, o que estaria inviabilizando o consumo da energia gerada pelos parques centralizados.
Contudo, essa afirmação não se sustenta diante dos dados reais. A análise da matriz de energia elétrica por subsistema revela que a GD não é a vilã — e que a distorção está em outro lugar.
A Verdade nos Dados
Segundo os dados disponibilizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS (https://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-numeros), temos os seguintes números de potência instalada:
Geração Distribuída (MMGD) – Total: 45.909 MW
Eólica – Total: 35.651 MW
Solar Centralizada – Total: 19.446 MW
Análise
A sobrecarga e os cortes de energia nas usinas do Nordeste decorrem de um modelo de expansão centralizada sem o devido planejamento da malha de transmissão. A GD está sendo usada como bode expiatório, quando na verdade:
Os números são claros: a geração distribuída não é a causa dos cortes — ela é parte da solução. A narrativa que tenta criminalizar a GD ignora os dados e desvia o foco do verdadeiro problema: a centralização excessiva e a falta de infraestrutura de escoamento.
É hora de parar de culpar quem democratiza a energia e começar a cobrar planejamento estratégico de quem concentra sem distribuir.
Graduado em Ciências Econômicas e com MBA em Arquitetura, Construção e Gestão de Construção Sustentáveis, ao longo de sua carreira ocupou diversos cargos no setor público, na iniciativa privada e no terceiro setor. Acumulou grande experiência na área de elaboração de projetos sustentáveis e na captação de recursos nacionais e internacionais. Destaca-se em seu currículo a Coordenação Geral do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR). Atualmente atua como consultor e especialista no segmento de energia solar, é CEO da startup Agrosolar Investimentos Sustentáveis e Conselheiro da startup Energia Verde do Brasil - EVBIO.
Mais uma vez, melhor "desenhado" impossível!!! Números não mentem e não são incoerentes!!! "Permitiram" incentivos de altos investimentos de GC E&S em locais totalmente favoráveis à geração porém, não a distribuição sem a infraestrutura correta e, agora, culpam o pequeno consumidor que gera a sua própria energia local que justamente trás enormes benefícios tanto locais como em todo o sistema elétrico!!! Mais uma vez, como sempre, desvia- se a atenção da grande maioria leiga para os efeitos e não nas causas!!

O Brasil vive uma contradição energética. Enquanto o mundo avança rumo à descentralização e à descarbonização, o setor elétrico nacional inicia uma ofensiva contra a Geração Distribuída (GD) — justamente a modalidade que mais democratiza o acesso à energia limpa e mais protege o consumidor das tarifas abusivas.
Você sabia que querem limitar seu direito de gerar energia limpa? Não aceite retrocessos.
Este artigo denuncia medidas que pretendem limitar a geração distribuída (GD) e alerta sobre os riscos da MP 1.304, que pode restringir o direito do consumidor de gerar energia limpa e reduzir a conta de luz.

A Aneel, em conjunto com o ONS e distribuidoras, anunciou protocolos para cortar a geração de usinas tipo 3 (PCHs, CGHs, fazendas solares e biomassa) e, em seguida, da mini e microgeração distribuída (MMGD). A justificativa: excesso de oferta renovável e risco de instabilidade na rede — o chamado curtailment.
Mas há um problema grave:
A lógica da Aneel e do ONS é tortuosa. Não há justificativa técnica sólida. Há algo de profundamente errado, parece uma tentativa de forçar uma narrativa, de proteger interesses que não são os da sociedade, nem da sustentabilidade, nem da inovação.
Por outro lado, a potência da geração (43 GW) das grandes usinas eólicas (93%) e solares (55%) estão concentradas no Nordeste que, além de não ter consumo para toda essa geração, faltam redes de transmissão para escoamento para as demais regiões consumidoras do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Alguns questionamentos devem ser respondidos. Quem autoriza a construção dos parques de geração centralizados (grandes usinas)? Será que as outorgas estão sendo fornecidas de acordo com a capacidade de consumo ou demanda do SIN? Será que não está faltando planejamento nos órgãos emissores? Será que não foi a falta de planejamento que causou o excesso de geração centralizada na região Nordeste, tendo como efeito os cortes de energia? Será que é justo os grandes geradores causarem o desequilíbrio e os pequenos pagarem as conta?
Estudo com dados da ANEEL envolvendo mais de 3 milhões de residências adotantes de GD e uma estratificação de renda familiar brasileira, revela:
Conclusão: A GD não é coisa de rico. É coisa de classe média. E pode — com apoio — ser coisa de todos.
Em vez de cortar a geração térmica — cara, poluente e responsável pelas bandeiras vermelhas — o setor quer limitar quem gera energia limpa no próprio telhado. É como proibir ciclistas para resolver o trânsito de caminhões.
Este ano (2025) está batendo todos os recordes de bandeira vermelha e quem paga essa conta? Todos os consumidores de energia, inclusive os mais pobres.
Estudo da Nature Climate Change mostra que telhados solares poderiam gerar até 19.500 TWh/ano — o suficiente para aposentar os combustíveis fósseis. No Brasil, com alta radiação solar e urbanização acelerada, o potencial é imenso. E cada telhado é uma trincheira contra a crise climática e contra a inflação energética.
Os pesquisadores que realizaram o estudo fazem um chamado à colaboração global. A energia solar nos telhados não é apenas uma solução local — é uma resposta planetária às mudanças do clima. Onde há sol, há esperança. E onde há telhado, há potencial.
Quem gera sua própria energia:
A Medida Provisória 1.304, em debate no Congresso, pode definir o futuro da GD no Brasil. O risco é que, sob pressão de lobbies, se criem barreiras técnicas e regulatórias que inviabilizem o crescimento da geração distribuída.
Esses grandes lobbies estariam tentando preservar o domínio dos grandes grupos energéticos sob o pretexto de “equilíbrio do sistema”?
Ela empodera o cidadão, protege o planeta e desafia um modelo ultrapassado que insiste em concentrar poder e cobrar caro por aquilo que o sol oferece de graça.
Silenciar a GD é calar a inovação, punir quem escolheu o caminho da sustentabilidade e negar ao brasileiro o direito de se blindar contra as tarifas mais caras do mundo.
Defender a GD é defender o direito de gerar, economizar e respirar um ar mais limpo.
Economista com MBA em Arquitetura, Construção e Gestão de Construções Sustentáveis, Daniel Lima construiu uma carreira plural e estratégica, atuando nos setores público, privado e terceiro setor.
Com ampla experiência em projetos sustentáveis e captação de recursos nacionais e internacionais, Daniel se destacou como Coordenador Geral do PRODETUR — Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste, onde liderou iniciativas de impacto regional.
Atualmente, é especialista e consultor em energia solar, CEO da Agrosolar Investimentos Sustentáveis, e Conselheiro da Energia Verde do Brasil – EVBIO, contribuindo para a transição energética e o fortalecimento da economia verde no país.
Seu trabalho une visão econômica, inovação tecnológica e compromisso ambiental — pilares essenciais para um futuro mais justo e sustentável.

Por Daniel Lima – ECOnomista
No Brasil, alguns setores parecem apostar na teoria do caos. Talvez por envolver eletricidade, força e potência, o setor elétrico é um dos mais emblemáticos nesse aspecto. Uma característica marcante é o corporativismo de grandes empresas — em sua maioria multinacionais — que influenciam decisões estratégicas. E o mais preocupante: os órgãos gestores, reguladores e operadores do sistema elétrico brasileiro contam com diretores egressos dessas mesmas corporações.
Nos últimos meses, segmentos do setor elétrico têm martelado na grande mídia um novo vilão: a geração distribuída (GD). Segundo “especialistas”, ela estaria atendendo a um percentual elevado da carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), forçando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a desligar usinas centralizadas para manter o equilíbrio de frequência.
O assunto ganhou tanta urgência que ANEEL, ONS e ABRADEE realizaram uma reunião fechada — sem imprensa e sem representantes da GD — para discutir protocolos de contingenciamento. O plano será detalhado pelo ONS até o final de outubro.
Segundo o Relatório Mercado Cativo – SAMP da ANEEL, o mercado cativo possui cerca de 93 milhões de unidades consumidoras, que consumiram aproximadamente 170 milhões de MWh até julho de 2025, movimentando R$ 148 bilhões com impostos.
A GD, por sua vez, conta com 43 GW de potência instalada, distribuída em 3,8 milhões de usinas solares espalhadas por mais de 5.500 municípios, gerando créditos para 7 milhões de unidades consumidoras — sendo 87% nas classes residencial (62%) e comercial (25%). Isso representa apenas 7,5% das UCs do país, e apenas 4% são consumidoras/geradoras.
A potência instalada média de GD por UC é de 6,3 kW. Se considerarmos apenas a classe residencial a potência média é de 5,0 kW.
Um sistema solar de 5,0 kW custa cerca de R$ 20 mil instalado. Financiado em 60 meses a 1,5% a.m., gera uma parcela de aproximadamente R$ 510. Com produção média de 600 kWh/mês, o sistema se paga com a economia gerada. Ou seja, cabe no orçamento da grande maioria das famílias brasileiras, exceto aquelas em situação de vulnerabilidade — que já são atendidas pela Tarifa Social de Energia Elétrica.
Outro dado essencial: 72% da potência instalada em GD está na própria unidade geradora e consumidora. Apenas 28% são remotas.
Há também equilíbrio geográfico entre geração e consumo na GD:
Destaques por estado:
Ou seja, a GD está onde a demanda ou o consumo está. Não há sobra de GD para ser exportada pela rede básica.
Segundo o ONS, a geração centralizada apresenta os seguintes números:
Eólica – Total: 35,6 GW
Solar Centralizada – Total: 19,4 GW
A região Nordeste concentra 43,6 GW nos grandes parques eólicos e solares — cerca de 80% da capacidade instalada dessas fontes. A geração eólica com 32,9 GW, por exemplo, está 93% concentrada no Nordeste.
O problema não é a GD. É o descompasso no Nordeste entre a concentração da geração centralizada e a capacidade de consumo local, agravado pela deficiência da infraestrutura de transmissão.
A sobrecarga e os cortes nas usinas do Nordeste decorrem de um modelo de expansão centralizada e mal planejada. Não se constroem parques sem outorgas da ANEEL e do ONS. A saturação é fruto da ausência de planejamento e de investimentos proporcionais em linhas de transmissão.
A geração distribuída não é ameaça, é solução. Ela democratiza o acesso à energia limpa, reduz a pressão sobre o sistema centralizado e empodera o consumidor.
O verdadeiro risco está em decisões tomadas sem transparência, sem planejamento e sem diálogo com todos os agentes.
O Brasil precisa de uma política energética que valorize:
E isso começa por reconhecer que a GD não é o problema — é parte essencial da solução.
Daniel Lima é graduado em Ciências Econômicas e com MBA em Arquitetura, Construção e Gestão de Construção Sustentáveis, ao longo de sua carreira ocupou diversos cargos no setor público, na iniciativa privada e no terceiro setor. Acumulou grande experiência na área de elaboração de projetos sustentáveis e na captação de recursos nacionais e internacionais. Destaca-se em seu currículo a Coordenação Geral do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR). Atualmente atua como especialista e consultor no segmento de energia solar, é CEO da Agrosolar Investimentos Sustentáveis e Conselheiro da startup Energia Verde do Brasil - EVBIO.
A energia solar ultrapassou, na manhã desta terça-feira (4), a marca dos 29 GW de capacidade operacional no Brasil, segundo dados contabilizados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Ao todo, o mercado fotovoltaico nacional conta com exatos 20,469 GW provenientes de sistemas GD (geração distribuída) e outros 8,534 GW a partir das usinas de GC (geração centralizada).
Trata-se de um volume de potência quase duas vezes maior do que em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia apenas 15 GW no país.
Até o final do ano, a expectativa da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) é que o Brasil supere os 34 GW, com pelo menos 21,6 GW por meio de sistemas de geração própria e 12,4 GW a partir das grandes usinas.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 1,89 milhão de sistemas fotovoltaicos instalados no segmento de geração distribuída. Desde total, mais de 242 mil foram implementados somente em 2023, segundo a ANEEL.
De acordo com estudo da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) o Brasil encerrou 2022 na 8ª colocação no ranking mundial de geração de energia solar, entrando pela primeira vez na história entre os dez primeiros colocados, com mais de 24 GW de capacidade operacional até 31 de dezembro de 2022.
No final de abril, um outro levantamento, desta vez da IEA (Agência Internacional de Energia), mostrou outro dado relevante: o Brasil foi quarto país que mais adicionou energia solar no mundo em 2022, com 9,9 GW de potência entre os meses de janeiro e dezembro, ficando atrás somente da China (106 GW); dos Estados Unidos (18,6 GW) e da Índia (18,1 GW).
fonte: Energia solar atinge 29 GW de capacidade operacional no Brasil (canalsolar.com.br)
A energia solar é uma fonte de energia renovável e sustentável que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado mundial. A crescente demanda por fontes de energia limpas, juntamente com os avanços tecnológicos, tornou a energia solar uma opção viável e econômica para muitas residências e empresas.
Neste artigo, exploraremos o funcionamento da energia solar, seus benefícios e o que especialistas dizem sobre o futuro desta fonte de energia.
A energia solar é gerada a partir da luz do sol, que é convertida em eletricidade por meio de painéis solares. Estes painéis contêm células fotovoltaicas, que são responsáveis pela conversão da energia luminosa em energia elétrica. As células fotovoltaicas são feitas de materiais semicondutores, como o silício, que absorvem a luz e liberam elétrons, gerando corrente elétrica.
Existem duas principais tecnologias de energia solar: a fotovoltaica (PV) e a térmica. A energia solar fotovoltaica é a mais utilizada atualmente, e converte a luz do sol diretamente em eletricidade.
A energia solar térmica, por outro lado, utiliza a luz do sol para aquecer um fluido, como água ou ar, que é usado para produzir vapor e, em seguida, gerar eletricidade através de turbinas.
A energia solar apresenta inúmeros benefícios, tanto para o meio ambiente quanto para os consumidores. Entre os principais benefícios, destacam-se:
Redução da dependência de combustíveis fósseis: a energia solar é uma fonte de energia inesgotável, diferente dos combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, que são finitos e causam poluição atmosférica e aquecimento global.
Diminuição da emissão de gases de efeito estufa: a geração de energia solar não emite gases de efeito estufa, contribuindo para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases poluentes.
Economia na conta de energia: a energia solar pode reduzir significativamente os custos com eletricidade, já que a energia gerada pelos painéis solares pode ser utilizada diretamente ou armazenada em baterias para uso posterior.
Geração de empregos: o mercado de energia solar está em constante expansão, gerando empregos no setor de pesquisa, fabricação, instalação e manutenção de sistemas solares.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), a energia solar deve se tornar a principal fonte de eletricidade mundial até 2050, representando cerca de um terço da capacidade instalada global. Além disso, a AIE estima que a energia solar será responsável por 60% do crescimento da capacidade de geração de eletricidade renovável até 2025.
O relatório “Perspectivas de Energia Renovável 2021” da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) também destaca o potencial da energia solar no futuro. Segundo o relatório, a energia solar deve crescer em média 8% ao ano até 2030, representando cerca de 60% do crescimento total da capacidade de energia renovável no mundo.
O Brasil encerrou o mês de abril com estabilidade no consumo de energia elétrica, com 65.265 MW médios – um volume semelhante ao que foi registrado no mesmo período de 2022, segundo novo boletim divulgado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Desse total, 24.214 MW médios foram utilizados pelo Mercado Livre, que fornece eletricidade para a indústria e grandes empresas, como shoppings e redes de varejo. O volume representou um leve aumento de 0,4% frente ao mesmo período do ano passado.
O demais 41.051 MW médios foram direcionados ao mercado regulado, no qual estão as residências e pequenos comércios, registrando uma ligeira queda de 0,2% no comparativo anual.
De acordo com a CCEE, no caso do mercado regulado, a demanda poderia ter sido 3,4% maior em abril se não fossem os painéis solares instalados na modalidade de GD (geração distribuída).
Isso ocorre, pois nesse tipo de sistema os consumidores contam com produção própria de energia em boa parte do dia e dependem menos do SIN (Sistema Interligado Nacional).
De acordo com o estudo da CCEE, as hidrelétricas forneceram aproximadamente 53.828 MW médios para a rede elétrica em abril e recuaram 1% na matriz.
Já as usinas de geração térmica registraram um aumento de quase 15% por causa de uma participação maior das usinas a biomassa da cana-de-açúcar.
As fontes alternativas seguem com participação significativa na produção de energia elétrica. Os parques eólicos entregaram 7.002 MW médios, apesar de um declínio de 2% no comparativo anual.
Por sua vez, as fazendas solares geraram mais de 2.001 MW médios em abril deste ano, um volume quase 60% acima do registrado no mesmo período do ano passado.
Na avaliação regional, as maiores altas por demanda de energia ficaram concentradas nas regiões Nordeste e Norte, influenciadas por avanços no Mercado Livre e por temperaturas acima da média registrada no mesmo período do ano passado, cenário que aumenta o uso de equipamentos de refrigeração, como o ar-condicionado.
Em relação aos declínios, as regiões Sudeste e Centro-Oeste tiveram a menor demanda por causa do clima mais ameno. O Espírito Santo teve a maior queda, de 4,7%, seguido por Mato Grosso do Sul (-3,9%) e Rio de Janeiro (-3,8%).
fonte: Boletim da CCEE: energia solar registra crescimento de 60% em abril (canalsolar.com.br)

Com a entrada em vigor da Lei 14.300 em janeiro de 2023, novos projetos de usinas fotovoltaicas deixarão de ter a isenção do Fio B.
O Fio B corresponde a uma das parcelas que compõem a TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição).
O valor do Fio B é responsável por cobrir os custos operacionais de distribuição e remuneração do investidor e será cobrado para usinas menores que 500 kW de maneira escalonada, partindo de 15% em 2023 até chegar em 90% em 2028.
A partir de 2029 ainda não se tem uma definição do que deve acontecer, já que os órgãos competentes ainda não informaram.
Especialistas têm projetado dois cenários como os mais prováveis. No primeiro deles seria cobrado 100% do Fio B a partir de 2029 e em um cenário mais desfavorável seria cobrada toda a TUSD – que implicaria, além do Fio B, outros encargos que compõem essa tarifa.
Para simplificar para o leitor o impacto da cobrança do Fio B nas faturas de energia, apresentamos uma explicação simples para este entendimento.
Basicamente, as faturas de energia de novos projetos protocolados a partir da entrada em vigor da Lei 14.300 (07/01/2022) virão com um valor cobrado relativo ao Fio B, que se refere ao uso do sistema de distribuição.
O proprietário do sistema fotovoltaico pagará essa taxa apenas sobre a energia excedente que é injetada na rede e posteriormente compensada na sua própria unidade consumidora ou em outras unidades que recebem a destinação dos créditos.
Com essa cobrança, o retorno dos investimentos nos projetos fotovoltaicos vai estar diretamente relacionado com a simultaneidade entre a geração e o consumo.
Quanto maior for o consumo no momento em que se gera a energia elétrica proveniente do sistema fotovoltaico, menor será a injeção na rede da distribuidora e consequentemente menor será a taxa de Fio B inclusa em sua fatura de energia.
Simplificando, quanto maior a injeção na rede, maior será o valor cobrado na tarifa na utilização dos créditos da energia excedente.
Portanto, a partir de agora é importante que se conheça como calcular o fator de simultaneidade, já que essa variável impacta diretamente o tempo de retorno financeiro do investimento.
Maior simultaneidade representa maior rentabilidade do projeto e menor tempo de retorno do investimento, enquanto menor simultaneidade reduz a rentabilidade e aumenta o tempo de retorno.
Unidades geradoras com pouca injeção (pouca energia excedente e elevada simultaneidade entre consumo e geração) não serão muito afetadas pelas novas regras. Por outro lado, unidades com pouca simultaneidade ou sistemas de autoconsumo remoto serão bastante afetados.
O fator de simultaneidade é definido como a razão entre a energia consumida e a energia gerada durante um determinado intervalo de tempo.
A compreensão do fator de simultaneidade requer a análise da curva de carga diária típica da unidade consumidora, que traça o perfil de consumo do cliente durante o período de um dia.
A Figura 1 mostra uma curva de carga obtida a partir de uma simulação com o software SOLergo. A curva de carga mostra a potência que está sendo consumida pelas cargas locais em cada instante do dia . A área do gráfico, ao longo do dia, representa a energia que foi consumida nesse mesmo período.
Os dois picos da curva da Figura 1 indicam períodos em que há um consumo maior de energia, que ocorre entre 6 e 8 horas da manhã, período em que as pessoas estão se preparando para trabalhar, e entre as 19 e 23h, que é o período quando as pessoas chegam em casa e começam a usar chuveiros e eletrodomésticos.
Conhecendo-se a curva de carga da residência e com o uso do software SOLergo, é possível dimensionar um sistema fotovoltaico para atender a necessidade energética desse consumidor.
A Figura 2 ilustra a curva de carga juntamente com a curva de geração do sistema fotovoltaico dimensionado, obtida por meio de simulação no SOLergo. Já a Figura 3 apresenta os gráficos gerados pelo próprio software SOLergo com o resumo da energia gerada e consumida anualmente pela unidade consumidora, a partir dessa base de dados que se obteve as curvas do exemplo apresentado.
É possível fazer algumas análises interessantes em relação ao perfil de consumo dessa unidade a partir da Figura 2.
No período de maior geração (curva em azul), é registrado baixo consumo (curva em vermelho), que é o período onde os moradores estão no trabalho e poucas cargas são utilizadas na residência.
Este fato faz com que o fator de simultaneidade seja baixo, já que a maior parte da energia gerada não será utilizada instantaneamente, mas injetada na rede da distribuidora.
A energia consumida simultaneamente com a geração é representada pela área pintada em roxo na Figura 4, que consiste na interseção inferior das duas curvas.
Essa área representa a energia autoconsumida, isto é, a energia gerada pela usina fotovoltaica e consumida simultaneamente pelas cargas locais da unidade consumidora.
O fator de simultaneidade é definido como a razão entre a energia consumida no intervalo da geração (autoconsumida) e a energia total gerada no mesmo intervalo, conforme a equação a seguir:
fator de simultaneidade = Energia autoconsumida / Energia gerada
Como dito anteriormente, a energia autoconsumida corresponde à fração da energia gerada que é consumida simultaneamente pelas cargas. Idealmente, com um fator de simultaneidade de 100%, toda a energia gerada pelo sistema fotovoltaico é consumida no próprio local, com exportação de energia nula. Por outro lado, um fator de simultaneidade baixo indica que pouca energia é consumida no local e a maior parte da geração fotovoltaica é exportada.
A energia autoconsumida em uma instalação pode ser calculada pela diferença entre a energia total gerada registrada pelo inversor (no período de um mês) e a energia injetada que aparece na fatura de energia, ambas para o mesmo período.
A equação que representa a energia autoconsumida é apresentada abaixo:
Energia autoconsumida = Energia gerada - Energia injetada
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No Brasil, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), os consumidores já pagam a 3ª maior tarifa de energia elétrica do planeta, o dobro da média mundial.
Muitas explicações e justificativas tem sido dadas para chegarmos a atingir tais patamares, principalmente pelas distribuidoras, pelo governo de plantão, e por aqueles que mais se locupletam com este verdadeiro atentado ao bolso do povo brasileiro.
As atuais tarifas comprometem desde o crescimento da produção, a geração de mais empregos e renda, o aumento do consumo e, consequentemente, maior arrecadação com impostos em geral, que beneficiariam toda a sociedade. Dai ser uma questão, cuja discussão e solução extrapolar simplesmente a opinião dos “experts”. É a sociedade que tem que ser ouvida.
Os chamados “especialistas (?)” insistem em apontar: os impostos, subsídios, cobrança de outorgas em licitações, não autorização e demora de liberações para hidrelétricas, entre outros pontos que impactam nas tarifas para o consumidor. Todavia tais posições devem ser refutadas, pois geralmente defendem seus próprios interesses e de seus “patrões”, agem como lobistas, contra o interesse nacional. Não vão ao ponto central da questão.
Nos últimos tempos foram acrescidos novos argumentos, e medidas foram implementadas para impulsionar as tarifas astronômicas que provocam uma extraordinária transferência de renda no país.
Menos chuvas e consequentemente menos água nos reservatórios das hidroelétricas foi a motivação da criação das bandeiras tarifárias. Mecanismo usado para arrecadar e aumentar mais ainda o caixa das distribuidoras, onerando os consumidores.
A energia solar está sendo usada como bode expiatório para as altas tarifas. Alegam que os subsídios dados a geração fotovoltaica é injusto, pois contribui para a elevação das tarifas para a maioria dos consumidores. A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, que funciona como um puxadinho da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica-ABRADEE, propôs taxar o Sol. Mas o cinismo dos lobistas, transvestidos de especialistas não param por ai.
Os defensores das usinas nucleares no país, os mesmos que sempre boicotaram as fontes renováveis solar e eólica, dizem agora que além da geração fotovoltaica contribuir para o aumento das tarifas, a oferta de energia elétrica pelas novas usinas nucleares ajudará a reduzir as tarifas. Mesmo o MWh da nucleoeletricidade custando hoje R$ 480,00, o que corresponde 4 a 6 vezes mais caro comparada aos preços finais por fonte que ocorreu no leilão A6 de outubro/2019. Neste leilão a hidroeletricidade alcançou R$ 157,08/MWh, a energia eólica R$ 98,89/MWh, e a solar R$ 84,39/MWh.
Óleo de peroba neles!!!
Ao focar o cerne da questão das altas tarifas no país, este preço atual inaceitável decorreu de uma política de mudança no setor elétrico, iniciada em 1995, cujo pilar foi, segundo os idealizadores, a criação de um mercado competitivo no setor, facilitado pela privatização das empresas de geração e distribuição.
Os conhecidos defensores do processo de privatização, se confundem com os mesmos que querem taxar o Sol, instalar novas usinas nucleares, instalar mais e mais termoelétricas a combustíveis fosseis, em nome da diversificação da matriz elétrica e da segurança energética. Escondem da população seus reais interesses, que não tem nada a ver com uma política energética sustentável e de interesse nacional.
Propagavam aos “quatro cantos” que com a privatização das empresas estatais haveria redução das tarifas e melhoria dos serviços prestados a população. E que os Estados assim poderiam investir mais e mais nas áreas sociais, como educação e saúde, deixando para o capital privado a tarefa de ampliar e melhorar o setor. Quem não se lembra deste discurso?
Na realidade o que se constata é inversamente o contrário, altas tarifas e serviços de baixa qualidade. São as distribuidoras privatizadas de energia elétrica as maiores beneficiadas com esta situação reinante. Basta acompanhar nos balancetes e nas demonstrações financeiras apresentados pelas empresas, para verificar seus lucros exorbitantes, inaceitáveis.
Mas porque as as distribuidoras ganham tanto dinheiro, cobrando tarifas que fogem a realidade econômica do país?
A resposta está nos contratos draconianos de privatização (conhecidos também como contratos de concessão). Tais contratos conhecidos como “juridicamente perfeitos” garantem que não haja a diminuição de lucros destas empresas.
A noção de equilíbrio econômico-financeiro, introduzida nos contratos, funcionam como mecanismo de proteção ao capital (estrangeiro) investido no setor elétrico, garantindo que tais investimentos sejam sempre remunerados. Criando assim, no setor elétrico, o “capitalismo sem risco”.
Na prática os aumentos nas tarifas das concessionárias, concedidos pela ANEEL, está previsto na lei. As distribuidoras serão ressarcidas desde que ocorra qualquer interferência que afete os preços da energia por elas adquirida. Assim é o consumidor que sempre paga, via aumento das tarifas, subsidiando assim a saúde financeira das empresas, e seus ganhos estratosféricos.
Que não reste dúvidas. Foi a maracutaia do famigerado equilíbrio econômico-financeiro, introduzida sob encomenda nos contratos de privatização, é quem garante que estas empresas sempre ganhem (muito) as custas do consumidor.
Revisão JÁ dos contratos de privatização das distribuidoras de energia elétrica.
Heitor Scalambrini Costa, Professor aposentado da Universidade Federal
Alem de várias outras vantagens a Energia Renovável traz, como por exemplo com o aumento da GD, uma lei de mercado muito bem conhecida a qual está sendo desconsiderada por muitos "interessados" em ir na contra-mão da GD, que é a lei da Oferta e Demanda!! Se existem mais consumidores gerando sua própria energia através da GD a demanda por energia gerada nas usinas termo/nuclear/hidroelétricas serão cada vez menores fazendo com que muitas deixem até de serem ativadas (nuclear e termo) além de que fará com que a Oferta se torne maior ocasionando, para o consumidor que não gera a sua própria energia, um CUSTO MENOR!! Ou seja, TODOS saem ganhando, independente se o consumidor final gera ou não sua própria energia!!!